Atletas de alto rendimento fazem adaptação para manter treinos em meio à quarentena por conta do coronavírus

O isolamento social e a quarentena, necessárias para evitar a propagação do coronavírus, afetaram a rotina diária da população brasileira, provocando a paralisação de inúmeras atividades, entre elas as competições esportivas. Para não perder o condicionamento, atletas que fazem parte do Centro de Treinamento de Alto Rendimento (Ctara), administrado pela Fundação Amazonas de Alto Rendimento (Faar), têm mantido os treinamentos em casa.

O adiamento das seletivas e competições nacionais e internacionais, como as Olimpíadas de Tóquio, fez com que atletas como a campeã parapan-americana de badminton, na categoria SU5 (incapacidade do braço), Mikaela Almeida, de 17 anos, buscasse nesse período trabalhar principalmente o fortalecimento da parte física.

A jovem conta com a ajuda da tecnologia para receber as orientações do treinador que, mesmo a distância, não deixa de cuidar da preparação da atleta. Ela utiliza a própria sala de casa para a realização das atividades.

“É importante continuar na ativa. Tenho feito muitos treinos de resistência, com abdominais, e o meu professor me acompanha, passando as atividades pelo celular. Por mais que esteja acontecendo essa pandemia, um atleta não pode parar, e continuo com os trabalhos em casa. Quando tudo passar, poderemos continuar competindo firmes e em segurança”, destacou.

O também paratleta Lucas Manoel dos Santos, de 17 anos, bicampeão mundial de parapowerlifting e medalhista de bronze nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru, tem buscado trabalhar exercícios de flexão. O objetivo, segundo ele, é garantir continuidade dos treinamentos e a resistência, para quando a rotina for normalizada o corpo não sinta os impactos.

Espaço improvisado – Para o atleta indígena da etnia Karapãna, Gustavo Paulino, deixar de treinar, mesmo com a quarentena, não é uma opção. Integrante da Seleção Brasileira de tiro com arco, ele é candidato a uma vaga para representar o Brasil no Mundial da modalidade, que seria realizado no final de março no México e precisou ser adiado.

O jovem, que se divide entre Manaus, onde se hospeda no hotel da Vila Olímpica, e a casa da família na Comunidade Nova Canaã, localizada a 80 quilômetros da capital, às margens do rio Cuieiras, improvisou um espaço para não deixar que os treinamentos sejam paralisados.

“Estou na casa onde os meus pais moram e consegui fazer um campo improvisado, com uma distância razoável para atirar, manter a forma e seguir com o treinamento. Tenho conseguido manter a pontuação, e faço testes semanalmente para saber se o nível aumentou ou diminuiu. É importante ter esse controle por conta das competições e do próprio treino”, contou ele, que também tem se dedicado ao fortalecimento da parte física com exercícios de levantamento de peso.

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