O mês de dezembro carrega uma simbologia especial na luta contra o HIV e a AIDS, marcado pela campanha “Dezembro Vermelho”. Segundo dados recentes do Ministério da Saúde, o Brasil registrou uma redução de 18% na taxa de mortalidade relacionada à AIDS nos últimos dez anos, um reflexo direto de políticas públicas voltadas à prevenção e ao tratamento da doença.
No entanto, ainda são diagnosticados aproximadamente 40 mil novos casos de HIV por ano, o que reforça a importância de campanhas de conscientização.
A iniciativa do Dezembro Vermelho busca mobilizar a sociedade para a prevenção, assistência e tratamento das pessoas vivendo com HIV. A campanha inclui a realização de testes rápidos, distribuição de preservativos e atividades educativas em todo o país. O foco está em desmistificar preconceitos e incentivar a testagem precoce, garantindo que os pacientes iniciem o tratamento o quanto antes, melhorando a qualidade de vida e reduzindo a transmissão do vírus.
De acordo com o médico infectologista Noaldo Oliveira, a importância do Dezembro Vermelho é crucial. “Saímos de apenas um dia, como era o 1° de dezembro, Dia Internacional de Combate ao HIV/AIDS, para o mês inteiro, que amplia a discussão sobre prevenção, diagnóstico, tratamento e qualidade de vida para todas as pessoas com vida sexualmente ativa.
Servindo de alerta para a prevenção, para as pessoas que não vivem com HIV e adesão e manutenção do tratamento para as que vivem. Importante frisar que a prevenção ainda é o melhor tratamento. Por outro lado, é também uma excelente oportunidade para se rever na prevenção e tratamento das outras ISTs”, conclui o infectologista.
Para Wladia Maia, presidente do Sindicato dos Servidores do Ministério Público do Amazonas (SINDSEMP-AM), o objetivo é conscientizar não apenas em dezembro, mas ao longo de todo o ano. A saúde preventiva é uma prioridade, os servidores do Ministério Público são incentivados continuamente a realizar exames preventivos e adotar práticas de cuidado com a saúde.
Essa postura proativa reflete a importância de um engajamento constante na luta contra doenças transmissíveis e no cuidado geral com o bem-estar.
Embora avanços significativos tenham sido alcançados, o estigma em relação ao HIV ainda representa um grande desafio. Muitas pessoas evitam a testagem por medo de discriminação, o que pode atrasar o diagnóstico e prejudicar as chances de um tratamento eficaz. Campanhas como o Dezembro Vermelho têm o papel crucial de promover informação e quebrar barreiras sociais, criando um ambiente mais acolhedor e inclusivo.
Além da prevenção, a campanha também destaca a importância do acesso à medicação antirretroviral, que permite que pessoas vivendo com HIV tenham uma vida longa e saudável. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente os medicamentos necessários, mas a adesão ao tratamento é fundamental para sua eficácia, o que exige acompanhamento e apoio contínuo.
Com a adesão de diferentes setores da sociedade, o Dezembro Vermelho reforça que a luta contra o HIV e a AIDS é um compromisso coletivo. “A prevenção e o cuidado não são tarefas de um mês, mas um dever de todos os dias”, conclui Wladia Maia, destacando a necessidade de um olhar humano e empático para com os desafios dessa causa. Assim, o mês fecha o ano com uma mensagem clara: cuidar da saúde é um ato de responsabilidade e solidariedade.
