Nova variante da gripe, “Subclado K”, é detectada no Brasil; especialistas reforçam importância da vacina

Imagem criada por IA Google Gemini

Identificada inicialmente no Pará em uma paciente estrangeira, a linhagem do vírus Influenza A (H3N2) já circula intensamente no Hemisfério Norte, mas não apresenta indícios de maior gravidade.

O monitoramento epidemiológico no Brasil entrou em novo estágio neste final de 2025. Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) confirmaram a detecção do chamado subclado K, uma nova ramificação genética do vírus Influenza A (H3N2). O primeiro caso identificado no país foi o de uma paciente adulta vinda das ilhas Fiji, sendo classificado, até o momento, como um caso importado, sem evidências de transmissão local.

O que é a “Gripe K”?

Diferente do que o nome pode sugerir, a “Gripe K” não é um vírus inédito. Trata-se de uma evolução natural do vírus H3N2, que já circula globalmente. Segundo o Dr. Helio Magarinos Torres Filho, patologista clínico e diretor médico do Richet Medicina & Diagnóstico, o subclado K é o resultado de mudanças graduais no material genético do vírus ao longo do tempo.

“Ele não representa um novo vírus, mas um desdobramento do H3N2 já conhecido”, explica o especialista. A chegada dessa variante ao Brasil era esperada, dado que ela vinha apresentando crescimento rápido em países do Hemisfério Norte, demonstrando que o padrão global de circulação da gripe está se refletindo em território nacional.

Sintomas e Gravidade

Apesar da rápida disseminação em outros países, os dados clínicos atuais trazem um alento: não há sinais de que o subclado K seja mais agressivo. Embora alguns países tenham registrado temporadas de gripe mais precoces e intensas, o Dr. Helio ressalta que não foram observados riscos aumentados de formas graves da doença em comparação com as versões anteriores do Influenza A. O alerta principal permanece para os grupos de risco tradicionais, como idosos e crianças, que são naturalmente mais vulneráveis a complicações respiratórias.

O desafio da imunização

Uma das principais preocupações com novas variantes é a eficácia das vacinas. Como o vírus Influenza sofre mutações constantes, o “encaixe” entre o imunizante e o vírus circulante pode não ser perfeito, o que pode facilitar infecções leves.

No entanto, a orientação médica é clara: a vacinação continua sendo a ferramenta mais eficaz.

“Mesmo quando não há um encaixe perfeito, a imunização reduz significativamente o risco de hospitalizações, complicações e mortes”, afirma o Dr. Helio Magarinos.

Para 2026, as composições vacinais devem ser atualizadas para incluir as cepas mais recentes, mas, no cenário atual, manter o calendário vacinal em dia é fundamental para evitar sobrecarga nos sistemas de saúde e proteger os mais vulneráveis.

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