Falta de asfalto é causa de muitos acidentes nas BRs 319 e 230 diz o Ex-Governador David Almeida

AMAZONAS – Além do isolamento do Amazonas em relação ao restante do Brasil, a falta de asfalto nas rodovias federais BR-319 e BR-230 têm provocado, nas últimas semanas, vários acidentes com caminhões e ônibus.

O alerta foi feito pelo presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), deputado David Almeida, nessa quarta-feira (22), durante a sessão do pequeno expediente na Casa.

O parlamentar mostrou o caso de um caminhão com carregamento de gado que na saída de Apuí para Novo Aripuanã, deslizou na estrada de barro molhado e capotou. Na terça-feira (21), um ônibus virou na estrada depois de sair de Apuí, a caminho de Porto Velho (RO). E durante a expedição da Aleam, pela BR-319, David relatou que alguns dos carros da comitiva também saíram da estrada. “A estrada é trafegável, mas quando chove ela vira um verdadeiro sabão”, comentou Almeida.

Para o deputado, essa é a real situação de quem utiliza as rodovias para escoar produção e se locomover. Mas hoje o cenário é bem diferente, e as pessoas acabam  reféns de organizações internacionais que impõe ao país o discurso radical de proteção florestal. “Eles devastaram as florestas nos Estados Unidos, na Europa, e são financiados por grandes fazendeiros. Aqui os pecuaristas brasileiros, que vem morar no sul do Amazonas, e que precisam retirar o seu gado de Matupí e Apuí para levar a Manicoré e Novo Aripuanã, passam por essa humilhação”, disse.
Nesse contexto, o presidente da Aleam avaliou que é necessário conscientizar a classe política amazonense para vencer essas barreiras. “O Amazonas não pode ser penalizado por ser o Estado que mais preserva a sua floresta, no Brasil. Nós somos a referencia mundial em preservação ambiental, mas essa referência não pode servir de objeto para punir o povo que protege a floresta. O guardião da floresta tem que ser mais bem recompensado pelo serviço que presta”, sustentou.
Na contramão do discurso internacional ambientalista, David observou que as áreas no entorno da BR-319 não são áreas agricultáveis, porque a rodovia, inaugurada em 1973, foi construída com aterro a partir de 1968, sobre uma região de brejo. Atualmente, de acordo com o parlamentar, no entorno da estrada, há áreas consideradas de proteção ambiental. “Quiseram fazer com que nós acreditássemos que haveria desmatamento. Mas não haverá porque toda a extensão da BR-319 está protegida por áreas de proteção ambiental”, disse.
Ainda segundo o parlamentar, os protetores e moradores da floresta vivem sem energia  e sem infraestrutura, mas nem por isso são brasileiros de terceira categoria. Ele lembrou ainda que sem asfalto, o Amazonas vive um atraso de mais de 30 anos com o fechamento da rodovia imposto aos manauenses e ao povo de Humaitá, Manicoré, Apuí, Canutama e Lábrea.
“Portanto, eu vou fazer dessa luta uma de minhas bandeiras, o sonho dos amazonenses que moram no entorno da BR-319 e da BR-230, agora é meu sonho e precisa ser o sonho de todos nós. E essa luta não pode ser uma luta de apenas um deputado. Ela tem que ser uma luta do Estado”, concluiu o presidente da Aleam, David Almeida.
Fotos: Dhyeizo Lemos (Presidente) e divulgação (acidente)

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