BRASIL – A Petrobras anunciou o reajuste médio de 8,9% no preço do botijão do gás de cozinha (GLP), para uso residencial. O aumento entra em vigor nesta terça-feira (5/12) e foi determinado às distribuidoras. Se repassado ao consumidor, o botijão poderá subir até R$ 2,53.
O último reajuste do botijão de até 13 litros de gás entrou em vigor, exatamente, há um mês. Em comunicado, a Petrobras justifica o reajuste pela alta na cotação internacional do petróleo. O aumento nas refinarias pode ou não ser repassado ao consumidor, avisa a estatal. Usualmente, é repassado, sim.
Desde junho, quando a Petrobras anunciou a nova política de reajuste no preço do gás de cozinha, segundo a flutuação de preço nos mercados internacionais do petróleo, o reajuste já atinge 59%.
Ao contrário de antes, quando a empresa passava um mês para reajustar os valores, agora a empresa “avalia todas as condições do mercado para se adaptar”, o que, de acordo com a estatal, pode ocorrer diariamente. Além da concorrência, a companhia também alega outros fatores no processo de decisão de preços, como o câmbio e as cotações internacionais.
Consumidores
No mês passado, quando a Petrobras havia anunciado mais um aumento, vários consumidores relataram ao Correio a preocupação com o alto preço do gás de cozinha. O analista de sistemas Vantuil Chagas, 39 anos, disse já não saber mais o que fazer. Ele paga R$ 70 a cada quatro meses. Isso porque ele e a mulher almoçam fora e conseguem economizar no botijão. “Imagina quem paga R$ 70 todo mês? É muito dinheiro! E eu sei que esse valor vai refletir também no valor da comida dos restaurantes”, criticou.
O motorista Pedro Fernandes, 50, também reclamou dos valores. Como costuma fazer comida todo dia, diz que o gás dura em média um mês e quinze dias na sua residência. Para ele, a única forma de economizar é a adoção de um método antigo de cozinhar. “Agora o jeito é voltar a fazer comida no fogão à lenha, porque pagar mais de R$ 70 é difícil nesta crise”, lamentou.