BRASIL – Uma entrevista concedida pela presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), para a rede de TV Al-Jazira gerou reação nas redes sociais e um bate-boca entre a petista e a senadora Ana Amélia (PP-RS) em plenário.
No vídeo, veiculado nesta terça-feira, Gleisi afirma que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (condenado e preso na Operação Lava Jato) é “um preso político” no Brasil. Ainda na entrevista, Gleisi diz que “o objetivo da prisão é não permitir que Lula seja candidato na eleição deste ano” e faz um “convite” para uma campanha pela libertação do ex-presidente.
Ana Amélia afirmou que, ao pedir apoio para uma campanha de libertação do ex-presidente, Gleisi poderia ter violado a Lei de Segurança Nacional por ter provocado “atos de hostilidade” ao Brasil.
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Discursando em plenário, a senadora do PP acrescentou que “espera que essa convocação não seja um pedido para o Exército islâmico atuar no Brasil”.
O ex-presidente Lula foi condenado em primeira e segunda instâncias, por unanimidade, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP). Sentenciado inicialmente pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, a 9 anos e meio de prisão, o petista teve sua prisão revista para 12 anos e um mês pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com sede em Porto Alegre.
No Twitter, e depois também em plenário, Gleisi rebateu as declarações da senadora Ana Amélia. Segundo a petista, a fala da colega representou “desvio de caráter, fruto de ignorância, xenofobia e má-fé” com o povo árabe. “Essa mesma senadora incentivou violência contra caravana de Lula (no Sul do país, no final de março passado)”, afirmou a presidente do PT.
RECADO MUITO ESTRANHO, DIZ SENADOR
A reação de Ana Amélia não foi isolada. Também em plenário, o senador José Medeiros (PSD-MT) disse ter interpretado a fala da parlamentar petista em defesa do ex-presidente como “um recado muito estranho” e que “espera que o PT não queira transformar um país pacífico em zona de guerra”.
Medeiros foi interrompido por Lindbergh Farias (PT-RJ), que disse que as críticas representavam uma “ignorância”. “O senhor não pode tomar minha fala”, reagiu Medeiros. O presidente em exercício da Casa, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), teve de intervir para evitar que a discussão entre os dois fosse adiante.