Lula é incoerente e impopular na política externa e no Brasil: Análise da Revista Britânica “The Economist”

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista à Rádio O Povo/CBN de Fortaleza - Foto: Ricardo Sturckert | PR

A revista britânica The Economist, em reportagem publicada no final de semana, descreveu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como “incoerente no exterior” e “impopular em casa”.

A publicação destaca que, em 22 de junho, o Itamaraty condenou os ataques de Israel e dos Estados Unidos ao território iraniano, classificando a ofensiva como uma “violação da soberania” do Irã e “do direito internacional”. A The Economist aponta que essa posição do Brasil sobre a guerra entre Israel e Irã diverge da postura de outras democracias ocidentais, que apoiaram o ataque dos Estados Unidos ou expressaram apenas preocupação.

A revista sugere que a “simpatia do Brasil com o Irã” pode ser observada na participação de ambos os países nos Brics, grupo que terá uma cúpula de líderes em 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro. Segundo a The Economist, a participação do Brasil em um Brics cada vez mais influenciado pelas agendas de China e Rússia faz o país “parecer cada vez mais hostil ao Ocidente”. A revista afirma que “o papel do Brasil no centro de um Brics expandido e dominado por um regime mais autoritário faz parte da política externa cada vez mais incoerente de Lula”.

O texto também ressalta o distanciamento entre o atual governo brasileiro e os Estados Unidos sob a liderança de Donald Trump. A publicação observa que “não há registro de que os dois homens tenham se encontrado pessoalmente, o que torna o Brasil a maior economia cujo líder não apertou a mão do presidente dos Estados Unidos”. Em contraste, a The Economist menciona que Lula tem buscado fortalecer laços com a China, tendo se encontrado com o presidente chinês, Xi Jinping, duas vezes no ano passado.

Além disso, a revista cita a viagem de Lula à Rússia em maio para as celebrações do aniversário de 80 anos da vitória soviética sobre a Alemanha nazista na 2ª Guerra Mundial. A publicação comenta que “Ele aproveitou a viagem para tentar convencer Vladimir Putin de que o Brasil deveria mediar o fim da guerra na Ucrânia. Nem Putin nem ninguém lhe deu ouvidos.”

O afastamento da Argentina desde a eleição de Javier Milei em 2023 e as demonstrações de apoio à Venezuela no início do seu governo também são apontadas como elementos que contribuem para a “incoerência” da política externa de Lula.

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