AMAZONAS – O Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM), David Almeida (PSD), manifestou-se na manhã da terça, 28, favorável às medidas de otimização dos recursos da área da segurança anunciadas pelo novo governo, entre elas o retorno ao quartel dos policias excedentes cedidos a diversos órgãos.
Mas, apesar de não ver nenhum problema na “devolução” dos PMs, David apontou a necessidade de o Governador Amazonino Mendes (PDT) deixar de apresentar nobres fábulas à população, para mascarar a verdade, começar a trabalhar e “parar com a pirotécnica e a promoção de shows midiáticos” para entreter as pessoas.
Quadro herdado
David Almeida também lamentou o fato de a nova administração do estado empenhar-se em querer, sempre, constranger o ex-governador interino – que fez em praticamente cinco meses o que muitos não fizeram em vários anos – e apresentar justificativas inconsistentes para os problemas registrados há vários anos no estado.
O deputado disse, ainda, que vai reunir a Mesa Diretora da Assembleia para tratar da devolução dos “policiais militares à disposição da ALEAM”, porque o quadro atual foi herdado e não criado durante a sua gestão na presidência do Legislativo estadual, iniciada no dia 1º de fevereiro deste ano.
“Essa é uma boa iniciativa, mas desde que essa boa iniciativa seja estendida igualmente a todos os órgãos da administração pública que possuem policiais militares em sua estrutura e não se queira, nesse momento, transferir esse problema para Assembleia ou para o ex-governador. Quando assumi a presidência eu devolvi 23 policiais. O quadro já foi bem pior”, argumentou.
Apesar de apoiar todas as medidas destinadas a melhorar a segurança pública no Amazonas, David Almeida acredita que a simples “devolução” ao Comando Geral da PM de policiais militares cedidos não vai resolver o problema registado no estado.
Segundo ele, a solução passa, necessariamente, pela realização de concursos, convocação dos aprovados à Polícia Civil, pagamento das promoções e cumprimento da escala de serviço dos servidores da segurança.
Em outras palavras, David disse que Amazonino precisa dizer ao que veio, cumprir as suas promessas de campanha, bem como priorizar a implementação de ações destinadas a corrigir os problemas reais enfrentados pela população, particularmente nas áreas da segurança e da saúde, para deixar de punir a parcela mais carente da população.
Desabafo
Em uma espécie de desabafo, David Almeida disse que trabalhou “engessado” e caso tivesse permanecido pelo mais um mês no comando do Governo do Estado teria feito muito mais em favor da população, particularmente do interior, porque muitas obras planejadas acabaram suspensas.
Segundo ele, o grupo do governador Amazonino Mendes tentou puni-lo de todas as formas e nessa ânsia de comprometer a sua gestão, que obteria um expressivo ganho político com as obras, acabou penalizando a população de Anamã, Anori, Parintins, Autazes, Coari, Tabatinga, Benjamin Constant, Juruá e Tapauá, entre outros, impedindo, por exemplo, a recuperação e asfaltamento de várias vicinais, que iriam ser realizadas com “verbas carimbadas” provenientes de convênio com o Banco do Brasil