Câncer de próstata: tumores de alto grau predominam na estatística

O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre homens no Brasil e no mundo, e um dado preocupante tem chamado atenção dos especialistas: a maioria dos casos diagnosticados apresenta tumores de alto grau. Correspondentes a 59% dos casos, eles são classificados como mais agressivos e têm maior probabilidade de crescimento rápido e de disseminação para outras partes do corpo, as chamadas metástases, além de representarem maior legalidade, explica o cirurgião uro-oncologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo.

De acordo com o especialista, próstata é uma glândula localizada abaixo da bexiga masculina, responsável por produzir parte do líquido seminal. Com o passar dos anos, ela tende a passar por alterações de tamanho e textura, levando a problemas como a hiperplasia prostática benigna (aumento) e o câncer (tumoração).

O câncer de próstata se desenvolve de forma silenciosa, e seus sintomas, como dificuldade para urinar ou presença de sangue na urina, muitas vezes só aparecem em estágios avançados da doença. Por isso, o rastreio regular é fundamental, segundo o especialista.

“A expectativa, com base em pesquisas recentes, é que haja um aumento global no número de casos nos próximos anos. No Brasil, são esperados 150 mil novos diagnósticos ao ano, em 2070, mais que o dobro da projeção atual”, alerta.

Presidente da seccional amazonense da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Giuseppe Figliuolo destaca que o diagnóstico precoce do câncer de próstata é possível através do rastreio.

Ele é feito, basicamente, a partir de dois exames principais: o PSA (Antígeno Prostático Específico), exame de sangue que avalia os níveis dessa proteína, que podem estar elevados em casos de câncer ou outras condições da próstata; e o toque retal, temido pela maioria dos homens e ignorado por conta do preconceito, mas considerado ainda essencial para identificar alterações na textura ou tamanho da próstata.

“Se os exames iniciais indicarem alterações, o urologista poderá solicitar exames complementares, como biópsia e ressonância magnética. No caso da ressonância, vale destacar que é uma ferramenta que deve se tornar protocolo, muito em breve, pois, pode evitar biópsias desnecessárias”, lembra.

A biópsia, explica o especialista, é a retirada de fragmento da próstata para a análise patológica, para determinar se certas alterações são ou não câncer e , em caso de resultado positivo, que tipo de neoplasia será tratada , uma vez que há vários tipos de câncer de próstata, por exemplo.

 

Por que buscar um Urologista?

A ida regular ao urologista é essencial, principalmente para homens a partir dos 50 anos, anualmente, ou, a partir dos 45 anos, para os que têm casos de câncer na família (histórico familiar ) , por conta do fator hereditário, e para homens da raça negra, os quais têm maiores chances genéticas de desenvolver a doença.

“A consulta permite o acompanhamento da saúde da próstata e aumenta significativamente as chances de detecção precoce, bem como, de eficácia no tratamento, já que ele deve ser iniciado antes da doença se espalhar”, afirma Figliuolo, que é doutor em saúde pública e tem mais de 20 anos de experiência em uro-oncologia.

Ainda de acordo com ele, quando diagnosticado em estágio inicial, o câncer de próstata tem alta taxa de cura, mesmo em casos de tumores de alto grau. “Por outro lado, a falta de acompanhamento pode levar ao diagnóstico tardio, reduzindo as opções de tratamento e impactando a qualidade de vida do paciente, além de potencializar as chances de óbito pela doença. A grande luta, a partir da informação, é reduzir a mortalidade. Atualmente, morrem no Brasil, 47 homens, todos os dias, vítimas de câncer de próstata”, explicou.

 

Novembro Azul

Neste mês, a SBU desenvolve a campanha Novembro Azul, que tem como foco a saúde do homem em sua integralidade. A campanha, que está chegando ao final, tem gerado resultados positivos, mas ainda tímidos, avalia Giuseppe Figliuolo.

“Temos notado um aumento dos homens nos consultórios médicos. Mas, ainda estamos longe do ideal. Por isso, é importante destacar que campanhas educativas como o Novembro Azul e como o Novembrinho Azul – voltado para o público infanto-juvenil, precisam ser ampliadas, alcançando todas as camadas sociais ”, disse o especialista.

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