Com 17 anos de atuação em Fecundação Assistida, Zylbersztejn conta que, a redução da fertilidade no mundo teve início em alguns países europeus, berço da Revolução Industrial, no início do século passado. Com a industrialização, as famílias mudaram ainda mais o estilo de vida e passaram a utilizar métodos contraceptivos:
“Podemos citar, ainda, o início do empoderamento feminino e o adiamento da gestação por força da carreira profissional. Estas e outras mudanças sociais aliadas a substâncias químicas que contaminam ar, solo e água influenciam diretamente o sistema reprodutivo humano, podendo resultar, dependendo do grau, em esterilidade”, complementa.
Segundo o médico, a taxa de fertilidade hoje no Brasil está em 1.66 filho por mulher. Porém, o número necessário para evitar a queda populacional é de 2.2 herdeiros. Nesta esteira de análise, importante considerar, também, levantamento da Associação Brasileira de Reprodução Assistida, de 2019. Segundo o estudo, cerca de 8 milhões de brasileiros podem ser inférteis.
Os dados em tela são preocupantes, de acordo com Zylbersztejn, uma vez que, num dado momento, a população brasileira vai começar a reduzir de tamanho.
Tratamento
Um sonho distante para a maioria das pessoas, os tratamentos de Fertilização In Vitro envolvem medicamentos caros, insumos importados e alta tecnologia nos laboratórios de Embriologia que funcionam no Brasil. Além disso, não são cobertos por convênios, nem subsidiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o especialista, este cenário não deve mudar tão cedo. O médico, inclusive, lamenta o fato de o Brasil não investir em pesquisas em maior escala no que reside o tema, o que já é realidade, há tempos, em países mais desenvolvidos:
“Apesar de tudo isso, o Brasil é mundialmente reconhecido por ter uma Medicina Reprodutiva muito competente. Em especial, quanto à reprodução humana assistida”, acrescenta Zylbersztejn, que, em 14/3, abordará o assunto durante a Jornada Médica Internacional, no Centro Cultural Vinte e Cinco de Julho (
rua Gaurama, 210 – centro), em Erechim, no Rio Grande do Sul.
JornadaA 2ª edição do congresso é uma realização do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall, da Prefeitura de Erechim e do Polo de Turismo Judaico de Quatro Irmãos e Região. Parte da verba arrecadada com as taxas de adesão para o acesso ao evento será destinada à restauração do Hospital Israelita “Leonardo Cohen”, primeiro do gênero erguido no Brasil, há 96 anos, na antiga Colônia Judaica de Quatro Irmãos.
As inscrições podem ser feitas no site
www.jornadamedicainternacional.com.br. Profissionais da Medicina pagam R$ 349; estudantes, R$ 299. A participação dá direito a emissão de certificado.SERVIÇO:
2ª Jornada Médica Internacional
Quando: dias 12, 13 e 14 de março de 2025
Local: Centro Cultural Vinte e Cinco de Julho
Valores: R$ 349, para profissionais da Medicina; e R$ 299, para estudantes | Com direito à emissão de certificado
Conheça o palestrante
Dr. Daniel Suslik Zylbersztejn | 48 anos
Cirurgião-geral, urologista e especialista em Reprodução Humana
Doutor em Ciências, pela Escola Paulista de Medicina / Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), desde 2011
Formado em Medicina, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), desde 2002
Fez residência em Cirurgia-Geral e em Urologia, no Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA) / UFRGS, de 2003 a 2008
Idealizador e responsável técnico do Fleury Fertilidade – Centro de Medicina Reprodutiva do Grupo Fleury
Diretor Médico da DSZ Medicina Reprodutiva – Clínica de Reprodução Humana
Médico do Hospital Israelita Albert Einstein, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e do Hospital Nove de Julho
Atua na área da Reprodução Humana há 17 anos